A língua queima, um gosto amargo vem à boca e é difícil engolir. Esses
são os sintomas da Síndrome da Ardência Bucal, doença com maior
incidência em mulheres com idade entre 50 a 70 anos.
Essa ardência ou queimação costuma ocorrer em mais de
uma área, porém a língua é a mais atingida. “Lábios, palato, gengiva e
mucosa jugal (área entre a bochecha e a gengiva), assoalho da boca e
orofaringe também podem ser abrangidos”, diz Willian Frossard, professor
e coordenador de Prótese Dentária Clínica da UERJ – Universidade
Estadual do Rio de Janeiro.
A SAB é classificada em três tipos que diferem pelos
momentos do dia em que os sintomas aparecem. Algumas pessoas acordam bem
e pioram ao longo do dia, enquanto outras já despertam se sentindo mal.
O terceiro grupo relata que não há um padrão, os sintomas aparecem em
dias aleatórios.
Segundo o especialista, a causa da síndrome está
associada a vários sinais clínicos. “Estudos incluem como causas fatores
locais, neuropáticos, psicológicos e sistêmicos”, afirma Frossard. Por
conta disso, não há tratamento estabelecido e padronizado para esse mal,
sendo necessária uma abordagem multidisciplinar para lidar com o
assunto.
A
terapêutica depende de um bom exame clínico, baseado nas causas
relatadas e focado na melhora dos sintomas da queixa do paciente.
Segundo o especialista, também é essencial incentivá-lo e apoiá-lo
fazendo com que entenda a complexidade da síndrome.
“Condutas como hidratação constante da boca, controle do
consumo de bebidas alcoólicas, fumo, balanceamento da dieta alimentar e
prescrição de vitamina B podem ajudar a aliviar os sintomas. Em algumas
situações também é necessário trocar a prótese dentária (que podem
acumular fungos e bactérias que agravem os sintomas)”, diz Frossard.
