quarta-feira, 25 de junho de 2014

Circuncisão masculina pode reduzir risco de HIV em mulheres

Pesquisas anteriores já apontavam que a circuncisão masculina diminui o risco dos homens contraírem o HIV. No entanto, um novo estudo constatou que a medida pode beneficiar também as mulheres, ainda que indiretamente, pela mesma razão. A conclusão foi apresentada na 20ª Conferência Internacional sobre Aids, em Melbourne, na Austrália. Os dados são da agência AFP. 

A razão para que a circuncisão masculina diminua as chances da infecção por HIV é que, durante o procedimento, são removidas as células do prepúcio, que são particularmente vulneráveis à penetração do vírus. Três ensaios, realizados na África do Sul, Quênia e Uganda, mostraram que os riscos de contrair Aids diminui entre 50% e 60% entre os homens. Por isso, a Organização Mundial da Saúde recomenda a prática em 14 países subsaarianos, que lutam contra as altas taxas de HIV. 

Para avaliar os impactos na saúde feminina, cientistas contaram com a participação de 2.452 mulheres, com idade entre 15 e 29 anos, que vivem em Orange Farm, na África do Sul, onde o primeiro dos ensaios com homens foi realizado em 2002. O sangue delas foi analisado em 2007, 2010 e 2012, e todas responderam questões sobre comportamento sexual.
Durante este período, a prevalência da circuncisão entre os homens na comunidade aumentou de 12% para 53%. Mais de 30% das voluntárias relataram ter relações sexuais só com parceiros circuncidados e elas mostraram risco 15% inferior de serem infectadas em comparação com as que também tiveram parceiros não-circuncidados.

“A redução do risco é pequena, mas é um começo”, disse o investigador Kevin Jean, da Agência Nacional da França para Pesquisa da Aids. Futuros trabalhos pretendem mostrar se essa proteção melhora ao longo do tempo à medida que mais homens da comunidade se tornarem circuncidados. Outra boa notícia é que, a partir das perguntas sobre comportamento sexual, os cientistas descobriram que os homens não eram suscetíveis a se envolverem em relações sexuais desprotegidas após a circuncisão. 



sábado, 14 de junho de 2014

Prisão de ventre

Travou. De novo. Você já nem se lembra qual foi sua última ida ao banheiro? Intestino de mulher é coisa complicada mesmo. Cheio de caprichos, fica preguiçoso ao menor sinal de turbulência emocional - medo de perder o emprego, ciúme do namorado, desânimo com os quilos a mais. Pode também desandar. A prisão de ventre, porém, é a queixa mais frequente. Além do óbvio desconforto, o acúmulo de gases infla a barriga e derruba o visual.Tudo o que mulher nenhuma quer, certo? Será que existe algo de novo no front para atacar o mal? 
 
O que há, na verdade, é um estudo de fôlego que confirma o que já se suspeitava: incluir atividade física na rotina provoca efeitos mecânicos no intestino, aumentando o fluxo sanguíneo em toda a região abdominal, melhorando o tônus muscular e favorecendo, assim, os movimentos que fazem o órgão funcionar todos os dias. A megapesquisa, conduzida pela Oxford University, na Inglaterra, estudou o estilo de vida de 20630 homens e mulheres e comprovou a influência dos exercícios para um bom ritmo intestinal. Estes são os quatro melhores: 
 
1. Pular corda. Vinte minutos é o suficiente para aumentar o fluxo sanguíneo para o intestino. Se você estiver fora de forma, suas pernas e joelhos vão se ressentir. Por isso, comece a pular um pouco por dia sobre um tapete macio, para amenizar o impacto, e vá aumentando o ritmo gradativamente. Também vale pular sobre uma minicama elástica (sem a corda, claro!) 
 
2. Caminhar rapidamente. O tempo ideal para movimentar os órgãos do trato digestivo fica entre 35 e 45 minutos. 
 
3. Praticar ioga. As melhores posturas são as que contraem o abdômen e as flexões para a frente. 
 
4. Ficar de cócoras. Nessa posição - e com o tronco curvado para a frente o máximo que puder -, você "acorda" o intestino. Algumas práticas, como a ioga e a ginástica natural, exercitam esse movimento, mas você pode fazê-lo em casa uma vez por dia, durante mais ou menos um minuto.
 
Prisão de ventre

domingo, 1 de junho de 2014

"Coisas" da coluna...

Você passa várias horas trabalhando na frente do computador e gasta um tempão presa no trânsito todo dia. Na academia, faz seu treino de olho no relógio e, quando chega em casa à noite, só quer se jogar no sofá de qualquer jeito para assistir à sua novela. Antes de dormir, aproveita para ler um pouco na cama e não resiste àquela acessada no seu perfil no Facebook - e, confesse, já chegou até a pegar no sono conectada -, com o corpo todo torto. Essa rotina parece a sua? Você não está sozinha - nem nos hábitos nem no risco de sofrer de dor nas costas, já que ela é resultado principalmente da nossa postura errada no dia a dia.
 
De acordo com um estudo da Escola Nacional de Saúde Pública, 36% dos brasileiros se queixam do problema. Dado mais alarmante: a Organização Mundial de Saúde estima que 80% da população global teve, tem ou terá dor nas costas em algum momento da vida. "A mais comum é na região lombar, causada principalmente por sedentarismo, excesso de peso, erros na execução dos exercícios e postura errada no dia a dia, como sentada diante do computador e na posição escolhida para dormir", esclarece o fisioterapeuta esportivo David Homsi, de São Paulo. 
 

Drama feminino 

Nós, mulheres, somos vítimas em potencial. Além da anatomia que convida a desequilíbrios posturais - quadris mais largos e joelhos em xis -, há os fatores salto alto, bolsa pesada carregada em um ombro só, exagero de exercícios para o bumbum, mania de encolher a barriga a fim de parecer mais magrinha... Todos vilões da dor. "No consultório, atendo três mulheres para cada homem", confirma o ortopedista Moisés Cohen, chefe do departamento de ortopedia e traumatologia da Unifesp e diretor do Instituto Cohen de Ortopedia, Reabilitação e Medicina do Esporte, em São Paulo. Isso sem falar no momento da gravidez - quando o peso corporal aumenta e a sobrecarga na coluna também - e no stress da vida moderna, que deixam a gente com a sensação de carregar o mundo nas costas e faz o corpo sofrer de verdade. 

Três pecados para a coluna

Conheça - e evite - os erros mais comuns na hora de fazer atividade física.
 
Exagerar na carga 
Aumentar bruscamente o peso usado nos exercícios também. "Quem quer levantar mais do que aguenta acaba sobrecarregando outras partes do corpo, além da coluna, para conseguir realizar o movimento", fala o educador físico Antônio Caputo, do Rio de Janeiro. O certo é evoluir aos poucos. 
 
Não estabilizar a coluna 
Quadris encaixados e abdômen contraído protegem a lombar e minimizam o perigo de se machucar durante o exercício. "Flexionar os joelhos, encostar em uma parede e deitar em um banco reto são outras maneiras de preservar a coluna na musculação", avisa David Homsi. 
 
Agachar errado 
Esse é o movimento mais simples que há, mas muita gente erra na execução. Moisés Cohen dá a dica para fazer com perfeição - e sem perigo - o exercício campeão para coxas e glúteos. "Mantenha as costas retas, sem empinar o bumbum, para não forçar a lombar", diz. "Os joelhos não devem ultrapassar a ponta dos pés na hora do agachamento, pois, a partir desse ponto, você estará jogando a carga na articulação, e não mais na coxa", completa.